terça-feira, 31 de março de 2009

metades diferentes de um mesmo inteiro*

Pernas pra fora da cama.
Pernas pra fora do sonho.
Realidade.
Cabeça e coração em quem se ama.
Sensibilidade.
Às vezes sou metade.
Às vezes sou inteira.
Mas a verdade é que,
nem que você queira,
nenhuma parte minha
você é capaz de enxergar.

...

*E assim vou me mantendo viva:

uma metade minha acorda, levanta e vive, e outra dorme, sente e sonha.*

Beises!

;*

quinta-feira, 26 de março de 2009

Achada por uma bala perdida*



Uma bala perdida bem no peito.
Uma verdade me acerta.


Uma bala perdida me acha
e, não bastasse isso,
você ainda fica cutucando minha ferida.
Cutucando-a com silêncio.
Com a indiferença.
Com uma suposta felicidade
da qual eu não faço parte.
Não há mais nenhum lugar
em meu coração
que já não tenha sido ferido.

Buracos.
Vazios sequenciais e aleatórios.
Uma verdadeira peneira vermelha
onde a esperança se esvai e fica a dor.


Já não há mais coração.
Uma peneira vermelha...
quase o próprio vazio.

Tenho vivido a peneirar meus sentimentos...
limitando-os, suprimindo-os...
Catando migalhas que você me jogou
com a esperança de que,
se eu as cultivasse,
pudesse, talvez, brotar algo
nessa terra que já foi fertil
e que hoje é um semi-árido
rumo ao deserto.



(e tudo o que queria era
realizar um improvável sonho
ou, no minímo, continuar sonhando)


Dayane Moura*

*aos poucos estou achando o caminho de volta...*

beises

;*


domingo, 22 de março de 2009

Uma fênix diferente*





Chorar até secarem as lágrimas, os olhos, a alma...

...

Num tropeço dado
numa pedra qualquer,
ou em nossas próprias pernas,
caimos em nós.

Nesse mergulho
até quem sabe nadar
acaba se afogando...

O fato é
que depois de afundar por completo
o ar começa a faltar,
o desespero bate a porta.
E do desespero surge a força,
ressurge você ...
Como uma fênix.
Uma fênix
que renasce das águas profundas
e não das cinzas.


Emergir não é o ponto final.
é a vírgula dessa história que não cabe em páginas.

Ainda tem que torcer a alma,
extrair o que um dia lhe serviu,
mas agora é apenas um fardo.

Depois de torcida,
a alma fica extendida,
exposta
e seca.

Talvez se inunde novamente
Talvez lhe caiam apenas pingos,
mas uma coisa é certa:
não ficará seca pra sempre,
pois até o mais seco dos seres humanos
com os mais secos sentimentos
tem uma gota que seja
de poesia: a humanidade.

Ninguém se esquiva de todos os pingos.
E às vezes pra se lavar a alma
precisa-se apenas de um.
Dayane Moura*








eu vivo de me afogar e me salvar.
minhas gotas são meus profundos oceanos.
beises et beises

quarta-feira, 18 de março de 2009

'hiatos'*

'tenho período de produzir intensmente e tenho períodos hiatos em que a vida fica intolerável'
[...]
'podem ser longos e eu vegeto nesse período ou então, pra me salvar, me lanço logo numa outra coisa'
[...]
'estou meio oca'
*entrevista de Clarice, trecho sobre os períodos que não escreve*
Acho que não preciso dizer mais nada,
Clarice me entende.
beises*

terça-feira, 17 de março de 2009

Pause*

Uma pausa neste filme!


...


A próxima cena é um suspense.
Cenas aleatórias,
sem um sentido lógico.
O tempo psicológico domina,
mas o cronológico corre



Procurando seguir a direção
que a vida me dá
e que o vento mostra.
Mas com a sensação
que aonde quer que eu vá
acabarei voltando ao começo
do qual eu eu nunca sai.



Vou dar uma pausa...
Mas sem congelar o momento,
uma pausa continuada.



Há muito o que dizer.
Mas o silêncio aqui se explica por si:
nada tenho escrito,
mas muito tenho sentido.

É que sentimentos, às vezes, sufocam
tiram-me o ar
tiram-me o chão
tiram-me palavras
tiram-me a razão

Me tiram de mim de mesma
e me levam para aonde?
me levam para quem?
me trarão de volta para mim?



Norte, Sul...

tanto faz

espero voltar..


V O L T A R E I !











vou dar uma pausa aqui no blog...as palavras têm se recusado a aparecer!mas quando eu as encontrar, ou quando elas vierem de encontro a mim, as registrarei aqui para que não sumam!

Obrigada pela atenção de todos que aqui passam!

Merci beucoup!

até breve!

beises

;*